A PRESENÇA PORTUGUESA NA ILHA DE SANTA CATARINA

Exposição de Fotografias de


JOI CLETISON
Coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos, Director do Departamento Artístico - Cultural
e Coordenador da Galeria de Arte da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil)

de 18 de Dezembro de 2001 a 30 de Abril de 2002

no Estrela do Oceano

Exposição promovida e organizada pelo Dr. Luís Aguilar,
docente dos Estudos Portugueses da Universidade de Montreal

Com participação especial da Dra. Manuela Marujo,
Professora de Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Toronto

 

No final deste milénio, o mundo contemporâneo
está se voltando cada vez mais para o Belo
e para a harmonia entre os indivíduos.
A arte é seguramente o melhor caminho
para sensibilizarmos o mundo
para a valorização do ser humano.

Joi Cletison

 

QUADROS EXPOSTOS

1. Painel de Abertura

2. Centro Histórico de Florianópolis

3. Fortaleza de São João e ao fundo a Ponte Hercílio Luz, que liga a Ilha ao Continente

4. Centro Histórico de Florianópolis - Praça XV

5. Igreja de São Francisco

6. Mercado Público - Centro Histórico

7. Igreja de Nossa Senhora do Rosário

8. Fortaleza de São José da Ponte Grossa

9. Mercado Público - Centro Histórico

10. Irmandade do Divino Espírito Santo

11. Festa do Divino Espírito Santo

12. Saída do Cortejo da Festa do Divino Espírito Santo -Igreja de Nossa Senhora da Lapa

13. Cortejo do Divino Espírito Santo na Freguesia de Santo António de Lisboa

14. Imperadores (mordomos) da Festa do Divino Espírito Santo

15. Folia do Divino Espírito Santo

16. Folia do Divino Espírito Santo

17. Procissão do Senhor dos Passos - Centro Histórico

18. Rendeira - Fortaleza de São José

19. Cerâmica Utilitária

20. Barcos Baleeira utilizados na Pesca

21. Apetrechos de Pesca

22. Barcos Baleeira utilizados na Pesca

23. Danças Portuguesas (Continentais)

24. Danças Portuguesas (Açorianas)

25. Dança do Pau de Fita (Grupo da Terceira Idade)

26. Crianças do Grupo Folclórico - Preservando uma Tradição

 






11. Festa do Divino Espírito Santo




12. Saída do Cortejo




19. Cerâmica Utilitária

Esta Exposição foi inaugurada no quadro da Tertúlia sobre a Cultura Portuguesa,
realizada no Estrela do Oceano no dia 18 de Dezembro de 2001.



Comunicação na Abertura da Exposição de Fotografia

A Presença Açoriana na Ilha de Santa Catarina

Por
Dra. Manuela Marujo
Professora de Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Toronto

É-me particularmente grato apresentar o trabalho do Prof. Joi Cletison. Já conhecia o trabalho de Joi Cletison antes de, em 1999, ter a oportunidade de visitar a Universidade e a Ilha de Santa Catarina. Durante a minha estadia, comprovei o interesse e o minucioso trabalho de recolha e valorização da herança cultural açoriana que a Universidade se tem empenhado em preservar.
Joi Cletison desempenha há sete anos o cargo de coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade de. Santa Catarina, é o Director do Departamento Artístico-Cultural da mesma universidade para além de um fotógrafo reconhecido. Este trabalho fotográfico insere-se entre os muitos trabalhos escritos, documentários em gravação vídeo e muitas outras exposições.

A simplicidade cativante do carácter açoriano, o seu temperamento pacífico e afectivo e as manifestações delicadas e ternas da arte e da religiosidade popular são hoje património de todos os brasileiros do Sul que dela se orgulham, a exaltam e promovem não só os descendentes de açorianos, na sua décima geração, mas as demais etnias - germânica, italiana, polaca e outras- que compõem o mosaico de imigrante desta região do Brasil.
A presença de casais jovens açorianos no sul do Brasil foi o resultado de um processo de transferência de população organizado e com objectivos bem definidos. A promessa de boas terras e melhores condições de vida foi mais forte do que as dificuldades de uma viagem de cerca de 8.000km das ilhas açorianas até à Ilha de Santa Catarina. Essa fixação deu-se nos meados do século XVIII (1748-1956).
Os portugueses que nessa época se fixaram no litoral catarinense levaram consigo as suas técnicas de pesca, trabalho agrícola, gastronomia, gosto pelas touradas à corda e outros divertimentos. O carácter extremamente religioso do povo açoriano deixou as marcas mais profundas no culto do Espírito Santo. Passados 250 anos, embora cada localidade tenha assumido características próprias nos festejos, a essência do culto continua a ser observado com os mesmos elementos básicos que tinha o culto no século 13, nos tempos da Rainha Isabel de Aragão, em Alenquer.
Visitar Florianópolis e a Ilha de Santa Catarina é deparar com o testemunho de uma cultura que continua viva graças a uma decima geração culta e interessada nas suas raízes. Joi Cletison e a Univ. de Santa Catarina têm tido um papel divulgador indispensável junto dos alunos estimulando a pesquisa, enriquecendo o espólio do museu e fazendo a ponte entre a instituição académica e a comunidade - tal como estamos a fazer aqui hoje.
Aos alunos interessados pelos Açores e pela cultura portuguesa em geral, eu deixo um desafio - vão a Santa Catarina e ficarão maravilhados com a arquitectura, o artesanato, a gastronomia - numa palavra - a simbiose harmoniosa da cultura atlântica levada pelos ilhéus açorianos e as culturas locais, miscelânia de povos autóctones e outros que povoam o sul do Brasil.

 

Estrela do Oceano
Tel. : (514) 844-4588
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