Auto-retrato
Uma
Barca sem Porto, à deriva, deste e do outro Lado do
Mar
Com
cabelos castanhos, impertinentes, que não obedecem
à vontade da dona, olhos verdes, míopes, muito
atarefados a cumprirem tarefas que lhes são tão
difíceis, de pele branca como a neve, que vira vermelha
logo que o Sol pousa os olhos nela, baixinha que nem uma planta
preguiçosa que decidiu gozar a vida, em vez de crescer
como devia, assim é a Carla, cujo rosto não
consegue esconder segredos. Põe-se a corar nos piores
momentos para a dona, que fica como apalermada a justificar-se.
Finalmente, um corpo muito independente que gosta de pregar
partidas à pobre senhora!
Com uma personalidade muito curiosa, a senhora tem também
cabeça dura : quando teima não há nada
a fazer e, o pior de tudo, é que, mesmo sabendo que
está errada, continua no árduo caminho da teimosia.
Com uma grand sensibilidade, fecha-se quando está magoada.
É impaciente, pois gosta que tudo ande depressa.
E o seu sentido de humor? Esconde-se nos momentos em que dele
mais precisa…
Nem portuguesa, nem canadiana, é uma barca sem porto.
Com as saudades sempre presentes, quer esteja deste ou do
outro lado do mar, anda o seu coração à
procura de algo que, se calhar, já não existe.
Com
o
olhar perdido num além-conhecido e estranho e o pensamento
num vai e vem de recordações de um passado que
talvez nunca tenha existido, interroga-se: -Será que
é esse o destino de quem um dia parte, sem bilhete
de regresso?
Texto
produzido, a partir da proposta de trabalho contida na Ficha
Auto-retrato
Hetero-retrato
A
Carla é, aos olhos dos outros, uma moça risonha,
comunicativa, generosa, gentil e mantém com os demais
uma relação empática que chega a ser
contagiante, havendo quem a considere a estudante mais alegre
da turma...
Os
dados que permitiram fazer esta síntese foram recolhidos
a partir das produções espontâneas dos
outros estudantes, resultantes da proposta de trabalho contida
na Ficha
Qualificativos.
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