Auto-Retrato
Não
se pode dizer que seja alta, mas não gosto da palavra “pequena”.
É verdade que não posso olhar por cima de todas as
cabeças, mas posso ver os corações.
O contrário é também possível, a minha
mãe me diz que sou como um livro aberto...
Qualquer pessoa minimamente sensível pode ler minha alma;
é fácil, apenas precisa de dar uma olhadela nos meus
olhos azuis grandões.
Tenho
dois lados bem distintos e em oposição!
O primeiro mergulha na tristeza; como se tivesse nascido com uma
saudade permanente que não tem explicação...
É como uma onda que vai e volta, que não se explica...
Para os adultos, sou jovem... Mas às vezes, tenho a impressão
de ter a idade da terra; como se a tristeza da nossa civilização
estivesse aos meus ombros. O
maior paradoxo é que a saudade acompanha também uma
grande felicidade.
O segundo
lado é essa importância que atribuo ao riso! Os sorrisos
das pessoas são como um sol para a minha vida. Acho que esta
oposição estabelece um tipo de equilíbrio.
Então posso continuar a sonhar e esperar um mundo mais justo,
e também apreciar as coisas simples como o vento que sopra
sobre o meu cabelo preto.
Texto
produzido, a partir da proposta de trabalho contida na
Ficha, Auto-retrato
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