Luís Aguilar


Sugestopedia e Método Sugestopédico:

Uma Revolução no Processo de Ensino - Aprendizagem
de Línguas Estrangeiras

por
Luís Aguilar


Eis os princípios essenciais a ter em conta no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira: a alegria, a ausência de tensão e a máxima concentração da atenção.

Georgi Lozanov


Jean Lerède e
Georgi Lozanov

Um dos traços mais mar-cantes da Sugestopedia é, com efeito, o uso siste-mático de certos meios, particularmente o jogo de papéis, que facilita, ou é suposto facilitar, a apropriação da estrutura de uma nova língua.

Jean Lerède, 1983, p.223



Dr. Georgi Lozanov
Developer of the Suggestopaedia

What is Suggestopaedia?


 


O que é a Sugestopedia por Lonny Gold em francês

 
Exemplo de apendizagem de uma aula de francês com Lonny Gold


 

 

 

 

Eis os princípios essenciais a ter em conta
no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira:
a alegria, a ausência de tensão e a máxima concentração da atenção.

Georgi Lozanov

Neste pequeno texto, iremos descrever, resumidamente, os fundamentos, as principais características e algumas atividades paradigmáticas de um método eficaz, inovador e revolucionário de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira, criado por Georgi Lozanov e descrito por Jean Lerède: a Sugestopedia, uma ciência da educação, resultante da aplicação didática e pedagógica de uma outra ciência da vida psicológica, a Sugestologia, fundamentada esta em estudos sobre a Sugestão.

Sugestão

Se é verdade que Binet e Bernheim, no início do século XX tinham já falado, respetivamente, na sugestibilidade e na sugestão, referindo-se ambos à aptidão do cérebro para receber ou evocar ideias, transformando-as em atos e que tudo o que age sobre o psiquismo é sugestão, não é menos verdade que, só a partir dos estudos de Lozanov, nos anos sessenta, se começou a medir a importância dessa ação (Saféris, 1978, p.22), constatando, então, que o meio age sobre o indivíduo por sugestão, ou seja pela interação entre a atividade mental inconsciente e o meio (Lozanov, 1983, p.114). A sugestão é uma característica do cérebro humano, que tende a transformar em atos, sentimentos ou estados de consciência duráveis, qualquer ideia, imagem ou impressão "aceites" pelo inconsciente. (Lerède, 1980, p.14). Por isso, Lozanov centra a sua atenção nos aspetos subliminares presentes na comunicação do indivíduo com os outros, com os objetos e com o meio. Porque impercetíveis, esses fenómenos subliminares manifestam-se no indivíduo de forma inconsciente, permanecendo, paradoxalmente, bem presentes na sua vida mental. Poder-se-á dizer que o diálogo consciente/inconsciente estudado por Lozanov se traduz no turbilhão interior de imagens, sensações, desejos, que ocupam permanentemente a nossa atividade mental. Se tivermos consciência dos fenómenos subliminares presentes na nossa interação com os outros e com o meio, esse diálogo interior torna-se mais profundo e tem inegáveis reflexos nos nossos esquemas de pensamento e ação. Para Lozanov, a sugestão está presente de forma constante, consciente ou inconscientemente, em todos os domínios da vida social, sobretudo, no da comunicação com os outros.

Sugestologia

Deve-se ao psiquiatra búlgaro Georgi Lozanov, fundador do Instituto Sugestológico de Sófia, em 1966, a criação de uma, então, nova ciência humana da vida psicológica, a Sugestologia, assente nos estudos que dirigiu sobre a qualidade universal da personalidade, uma ciência das comunicações inconscientes, subliminares, responsáveis pela ativação das reservas ou potenciais do ser humano, cujo objeto de estudo é a personalidade e a sua complexa inter-relação com o meio ambiente.

Pela ênfase que, segundo muitos autores, a Sugestologia confere à atividade mental inconsciente pode ficar-se com a impressão de que a atividade consciente, racional, crítica, pragmática e objetiva, comandada pelo lado esquerdo do cérebro, seja ofuscada pela abordagem subjetiva, abstrata, intuitiva, mítica, divergente, inconsciente, subliminar, comandada pelo lado direito do cérebro. Contrariando esta visão simplista e redutora, a Sugestologia defende o diálogo consciente/inconsciente, o objeto luminoso e a sua sombra, expressão escolhida para dizer que o consciente e o inconsciente são indissociáveis e trabalham em conjunto e que a abordagem da realidade é tanto mais eficaz, quando feita pela totalidade do cérebro, de preferência pela sua programação sugestiva.

A Sugestologia pode ser aplicada a todas as formas de aprendizagem: na formação técnica do pessoal das empresas públicas e privadas, no ensino de matérias com forte pendor na memorização - como é, por exemplo, o caso da medicina e do teatro -, nos cursos de alfabetização, nas disciplinas que requeiram o desenvolvimento da personalidade, da criatividade, do autoconhecimento, em situações de reeducação, como o trabalho com delinquentes juvenis ou com crianças sobredotadas, no treino de atletas, etc. No entanto, foi a aplicação dos princípios sugestológicos ao ensino de uma língua estrangeira que mais resultados concretos proporcionou. Nasceu, então, uma nova ciência, a Sugestopedia e, com ela, um novo método de ensino de línguas estrangeiras, o Método Sugestopédico que viria a ser reconhecido, em 1978 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que recomendou a sua promoção e difusão, propondo, ao mesmo tempo, um investimento significativo na formação de professores capazes de aplicá-lo. Desde então, passou a ser ensinado no mundo inteiro com grande eficácia e consequente sucesso.

Sugestopedia e Método Sugestopédico

Lozanov propôs-se aplicar alguns princípios sugestológicos ao ensino, em geral, e ao de línguas estrangeiras, em particular, criando, para o efeito, uma nova ciência da educação, a Sugestopedia, que, por sua vez, deu origem ao Método Sugestopédico que, sucintamente, vamos descrever.

O Método Sugestopédico baseia-se na sede de aprender do estudante, na estimulação rápida e sem esforço e está organizado de tal maneira que as funções conscientes e inconscientes, os aspetos lógicos e os emocionais da aprendizagem e a ativação das reservas de personalidade do aprendente estejam presentes na orientação do ensinante.

No relatório que elaborou para a UNESCO, em 1978, Lozanov defende, por um lado, que a educação, o ensino e o desenvolvimento pessoal deveriam ser considerados uma só realidade e, por outro lado, que não se deve dissociar o processo de comunicação dos conteúdos de ensino; pelo contrário, estes estão intimamente relacionados com aquele: Há que observar com cuidadoso rigor as consequências positivas e negativas que tem a linguagem utilizada pelo animador e os comportamentos que adota em relação aos participantes e à aprendizagem. (Dufeu, 1996, p. 69).

Alguns aspetos que se encontram presentes em muitos métodos ativos de ensino de línguas tais como os que privilegiam a expressão, a abordagem comunicativa, as componentes culturais e artísticas, etc. são reforçados com a aplicação dos princípios específicos do Método Sugestopédico, assim como a implicação de cada participante na sua globalidade cognitiva, afetiva e psicomotora. Mas o que verdadeiramente distingue o Método Sugestopédico dos outros métodos é o facto de conferir uma especial atenção ao psiquismo profundo do indivíduo em formação - uma espécie de zona de sombra onde se jogam os sucessos ou fracassos na aprendizagem de uma língua estrangeira – e de promover a alegria, a ausência de tensão, a unidade do consciente e do inconsciente, a ativação de reservas da personalidade, o apelo constante ao desenvolvimento pessoal, à comunicação subliminar e à interação sugestiva.

O Método Sugestopédico aparece ligado ao ensino de uma língua estrangeira e a sua eficácia é hoje incontestada: pelo método sugestopédico os estudantes assimilam, em média, mais de 90% do vocabulário, que compreende 2000 unidades lexicais por cada curso de 96 horas; mais de 60% do vocabulário novo é utilizado ativamente e de maneira fluída na conversação de todos os dias e o resto do vocabulário é apreendido através da tradução; os estudantes exprimem-se tendo em conta a gramática fundamental e podem ler qualquer texto (Lozanov, 1978, pp.321-322). Temos verificado, nas atividades sugestopédicas que temos proposto aos nossos estudantes que, pelo Método Sugestopédico, eles aprendem mais depressa e melhor do que por métodos tradicionais e quando se submetem a testes gerais de avaliação têm melhores resultados, tanto nas produções escritas como nas orais. As relações que os estudantes estabelecem entre si nas aulas prolongam-se no universo académico e no das relações sociais em geral, nomeadamente em atos de solidariedade, camaradagem e amizade, entre outros.

Lozanov, partindo do princípio que a tensão extenuante e, por vezes, angustiante verificada na maior parte das práticas pedagógicas provém, muitas vezes, da insegurança do estudante, da falta de confiança nas suas capacidades de compreensão, de memorização e de utilização da informação nova que lhe é fornecida, identificou três tipos de bloqueios ou barreiras que o adulto constrói ao longo do seu percurso existencial e que se tornam obstáculos maiores à aprendizagem em geral e à aprendizagem de uma língua estrangeira em particular: as barreiras lógicas, que se expressam por pensamentos pessimistas e que só à primeira vista parecem lógicos (Como é possível aprender 50 novas palavras em 15 minutos? Aprender é uma coisa sempre muito difícil e complicada que exige muito tempo!); as barreiras afetivas que se traduzem, muitas vezes, pela falta de confiança em si próprio (Não tenho jeito nenhum para aprender línguas! Não consigo fazer isso! Sou inibido!) e as barreiras éticas que consistem nos valores adotados pelo indivíduo e que contrastam ou conflituam com os dos outros, nomeadamente, sobre a conceção do mundo e do homem (Sou por um Quebeque livre versus Somos por um Canadá unido e inteiro; Os Muçulmanos ameaçam o Ocidente versus há que distinguir os radicais terroristas dos muçulmanos moderados e pacíficos). Ao considerar que as várias barreiras, obstáculos ou bloqueios dificultam ou paralisam a aprendizagem, Lozanov propõe que se faça um trabalho no sentido de removê-los ou atenuá-los.

A importância em redescobrir a alegria e o prazer de aprender, num ambiente sem tensões e sem contrariedades, é uma preocupação permanente e dominante do Método Sugestopédico, que se baseia na sede de aprender do estudante e na rápida aquisição de competências não só linguísticas como comunicativas e, neste contexto, preconiza uma grande concentração da atenção e, paradoxalmente, uma ausência de esforço e sofrimento. Com efeito, ao estudar a forma como as múltiplas solicitações do meio ambiente atuam sobre o psiquismo de forma inconsciente, Lozanov propõe a utilização de três tipos de meios no processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira: psicológicos, didáticos e artísticos. A sua principal preocupação é restituir ao aprendente a confiança em si próprio e proporcionar-lhe o conhecimento dos seus bloqueios interiores, bem assim as causas que os provocaram e, a partir daí, por meios simultaneamente globais e sintéticos, facilitar a aprendizagem da língua, recorrendo a canções, filmes, peças de teatro, suscetíveis de motivarem intensamente os participantes para a aprendizagem de noções elementares da língua estrangeira que estão a aprender. O Método Sugestopédico reconhece a necessidade de um bom ambiente e de um clima descontraído, coloca a ênfase na sugestão e na comunicação, considera importante a remoção das barreiras de ordem intelectual, afetiva e ética à aprendizagem da língua e suscetíveis de dificultar a aprendizagem, sugere a transformação das associações negativas ligadas a experiências de aprendizagem anteriores, confere uma significativa importância aos fatores subliminares que influenciam a perceção global e defende uma perspetiva de Educação pela Arte para o desenvolvimento pessoal e cultural dos participantes, promovendo, ao mesmo tempo, a acuidade sensorial e a sensibilidade.

O Professor Sugestopeda

Muitos professores universitários e responsáveis de programas de cursos de línguas têm revelado uma alegre facilidade na utilização de técnicas oriundas da Sugestopedia, ao mesmo tempo que demonstram uma extrema dificuldade em compreender os seus fundamentos, isto é, perceber que o ensino sugestopédico exige um conhecimento aprofundado e refletido dos fundamentos psicológicos, fisiológicos, didáticos, artísticos, etc. que dele fazem parte. Por outro lado, outros, em sentido inverso, parecem esquecer-se de que a teoria não é sinónimo de abstração, sem relação alguma com as realidades pedagógicas e desenvolvem sem nuances e com tranquila ignorância, longas dissertações sobre o método, sem terem em conta a sala de aulas onde o mesmo se aplica. É sempre atraente a utilização de determinadas atividades, geralmente definidas como informais - técnicas de trabalho de grupo, jogo de papéis etc., - que muitas vezes os professores não compreendem na sua essência e se as utilizam é com o folclórico objetivo de conferir uma animação a um ensino que não tem alma.

Aos professores sugestopedas que ele próprio formou, Lozanov pedia que se comportassem como atletas da afetividade, criassem um ambiente descontraído, promovessem uma relação empática e compreensiva, adequassem o seu estilo de comunicação, estivessem sempre em forma e com sede de comunicação, começassem e acabassem uma aula pontualmente, adotassem uma atitude solene durante a aula, mantivessem um tom emocional e autenticamente entusiasta, se concentrassem na forma de dizer e sugerir o que verdadeiramente cada estudante deseja aprender, criassem material didático específico, único e inovador (conceção de fichas, pastas, arcas e caixas), de acordo com as competências globais (compreensão e expressão) e específicas (fonológicas, lexicais e gramaticais) visadas em cada aula.

A formação que tem de ter um professor sugestopeda para que desempenhe os vários papéis que nas aulas lhe são exigidos é significativamente eclética: professor, psicólogo, animador de grupo, psicoterapeuta, ator, artista, etc. Pudemos identificar nas aulas de Jean Lerède, a que tivemos o privilégio de assistir, esse desempenho de homem-orquestra, por parte do professor.

Como se pode deduzir, não chega uma vida inteira para formar professores sugestopedas, desde logo pelo facto de serem utilizadas técnicas subjetivas que contrastam com as técnicas objetivas desenvolvidas numa formação clássica de professores de línguas e, depois, porque a sugestopedia encerra, em si mesma, a missão de abanar as normas sociais habituais de aprendizagem de uma língua.

Conclusão: Críticas e Limites à Sugestopedia e ao Anti-Método Sugestopédico

Considerado um pouco por todo o mundo como um método revolucionário, com resultados miraculosos, a Sugestopedia foi a abordagem escolhida para o ensino de línguas estrangeiras por companhias de aviação, empresários, espiões, militares, políticos, enfim, todos quantos necessitavam de aprender uma língua em muito pouco tempo e de modo a poderem utilizá-la nas suas lides comerciais, políticas, académicas, investigativas, etc.

Em todos os sítios, onde se viu aplicada, a Sugestopedia proporcionou os melhores resultados. Talvez porque a publicidade à eficácia do método fosse de tal modo extravagante e as expectativas fossem demasiado grandes, o método sugestopédico tem sido alvo de inúmeras críticas que, em boa verdade, podem ser colocadas a qualquer método de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira: em grupos de doze estudantes, tirando uma ou duas exceções, estes exprimem-se com à vontade, sem timidez ou inibições de qualquer espécie, mas com muitos erros de construção de frases e de gramática e com um sotaque que em, regra geral, é satisfatório. Estes resultados não são decisivos, contrariando um pouco o que alguns tentam vender, tomando os seus desejos por realidades já adquiridas... (Lerède, 1980, pp.244-245).

Surpreendentemente, nas escolas de línguas e universidades, o método sugestopédico ficou à porta, apesar de se ter provado cientificamente ser um método em que se aprende dez vezes mais em dez vezes menos tempo. Acusado pelos professores de manipulação, esoterismo e ausência de rigor científico, mais uma vez as escolas e as instituições universitárias ocuparam a última carruagem do progresso científico, quando deviam ter sido a locomotiva. Mas a razão principal talvez seja a falta de preparação dos professores, cuja formação é ainda muito livresca e desmunida de instrumentos que permitam aos docentes intervir eficazmente no domínio da comunicação. Considerada como uma espécie de estalagem espanhola, em que cada um nela encontra o que traz consigo, os universitários, sentiram-se e sentem-se de mãos a abanar, relativamente a uma abordagem sugestopédica de uma língua estrangeira, talvez porque esta lhes exija uma grande preparação interior e uma disponibilidade total.

Não queremos com isto dizer que não encontremos, no método sugestopédico, incoerências, contradições, coisas incompletas e até situações que representam um certo perigo. O que não podemos aceitar é essa sempiterna resistência das instituições académicas, que, aliás, se podem estender a qualquer outro método não-convencional de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira.

Hoje, o método sugestopédico é muito menos desenvolvido do que nos anos 60, quando foi criado e podemos até considerá-lo ultrapassado por muitas outras abordagens que, entretanto, apareceram, mas muitos dos seus fundamentos mantêm-se atuais, alguns deles adotados por novos modelos, entre eles, o que nós construímos, Método de ComunicAção para o Ensino de Português Língua Estrangeira. Ler Mais: Exemplos de Atividades Sugestopédicas

 

Referências Bibliográficas

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DUFEU, Bernard (1996). Les approches non conventionnelles des langues étrangères. Paris: Hachette.

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