A Vocação e a Evocação Marítimas dos Portugueses

 

Foi a China dos Ming que, cem anos antes dos portugueses, empreendeu grandes expedições marítimas levando os junques chineses até África, com objectivos opostos aos dos portugueses, visando a paz universal, construída para a sua glória e uso, enquanto que os lusitanos faziam-no com espírito de cruzada, de ganho e de lucro.
Com efeito, as sete grandes expedições chinesas com mais de trezentos barcos, com trinta mil homens comandados pelo lendário Zheng He, foram as mais imponentes expedições nunca antes realizadas, tendo uma delas atingido Calecute, um século antes de Vasco da Gama.
Por uma estranha coincidência foi na mesma época, que no outro lado do mundo conhecido, os portugueses começaram a sua acção na África do Norte, época em que após a morte de Zheng He, os chineses se fecharam atrás das suas muralhas.



Se é certo, como vimos, o papel pioneiro da dinastia Ming nas expedições marítimas chinesas (1405-1433), na aproximação dos povos e nas descobertas marítimas, não é menos certo que nenhum outro Estado, excepto a China, se pode comparar a Portugal, na forma, decidida, metódica, obstinada e conhecedora, como se voltou para os oceanos. Resta a saber porque razões um pequeno país no fim da Europa conseguiu o que outras nações de maior dimensão não atingiram, no campo da expansão marítima:

Enquanto os grandes países se degladiavam no interior do continente, Portugal, gozando de longos períodos de paz e sendo espacialmente a varanda da Europa, tinha, por estas razões condições para se lançar na aventura atlântica, condições que às outras grandes nações faltavam.

A superioridade naval e os conhecimentos tecnológicos mais avançados de Portugal relativamente a todas as nações europeias, nomeadamente, a de Castela.

 

 

Voltar ao Início