Jeff Steffin

Auto-Retrato

 

Auto-Retrato

A redacção deste meu auto-retrato levou o seu tempo e está longe de estar terminada.

O Jeff, quero dizer eu, também fico nele muito incompleto.
Como fazer o esboço de mim próprio se não sei quem sou?
Tudo na vida tem, a dada altura, de nascer, de começar, por isso vou tentar começar a descrever-me.

A minha existência - física, pelo menos - começou há mais de 28 anos, numa aldeia pequena de seu nome Los Angeles, cidade dos anjos. Será que sou um anjo? Se fosse um, seria um anjo caído e de asas perdidas. Isso poderia explicar porque não gosto de voar, nem em sentido lato, nem em sentido estrito do termo. Do céu, pois, preciso muito pouco. Prefiro agora caminhar pela Terra.

Onde moro? Algures na Terra. Para onde vou? Ainda não sei! De onde venho? De nenhures.

Moreno, pequeno, judeu...e agnóstico, sou um enigma, mesmo até para mim, mas espero descobrir à chave a medida que o tempo passa.
Porém, mais desvendo, menos compreendo.

Sou uma obra, quiça de arte, quiça de literatura, quiça de outra coisa da qual ignoro o nome.

Mas não foi o grande Shakespeare que dizia, uma rosa, que lhe chamem por qualquer outro nome, cheiraria sempre a doce?

Assim sendo, acho que vou parar de escrever, a fim de cheirar as rosas, se conseguir encontrar algumas, por este tempo de ursos polares...

Texto produzido, a partir da proposta de trabalho contida na
Ficha, Auto-retrato