Guy
Morissette

Auto-retrato
Carta Aberta ao Presidente da República Portuguesa

 

Auto-retrato

Guido André Ricardo Morissete de Dorval
Montreal, 1976 – Rio de Janeiro, 2031


Empresário brasileiro de origem quebequense, nascido em Montreal de pais franco-canadenses, eterno estudante até aos 30 anos, chegou em São Paulo em 2007 para fazer um estágio na DaimlerChrysler do Brasil. Depois de
9 meses, conseguiu uma posição de conselheiro estratégico, ao nível executivo nessa empresa. Três anos mais tarde, se muda para a empresa de peças automóveis Nakata, onde pilota seu espetacular restabelecimento, depois de 2 anos de proteção da lei das bancarrotas. Novo acionista maioritário do Grupo, começa um programa de aquisições para formar Companhia de Motores Morissete, um conglomerado diversificado no setor dos transportes e da energia: autopeças, montagem de ônibus e locomotivas, caminho-de-ferro, produção de eletricidade e de etanol. Eis o que dele diz João José Silva e Estrela, senador trabalhista na Folha de São Paulo, aquando da forma como reagiu Guido Morissete à greve dos trabalhadores da Nakata, na montadora de Osasco:

Seu Guido
Temos lido,
nos seus olhos azuis, frios e sinistros,
a recusa dos conselhos de inumeráveis funcionários e ministros,
à insensibilidade do seu coração de gelo e pedra,
Às reivindicações e aos sacrifícios da classe operária.

Nas suas mãos gastas e meio comidas pela pressão do seu cargo,
Vemos o verdadeiro rosto do capitalismo amargo.
Até na brancura da sua pele, avistamos, com atenção,
As mil manchas vermelhas das suas vigarices e da sua conspiração
e o lustro do seu cabelo, o mesmo que o do seu currículo,
Não esconde suas intenções escuras de acumulação de lucros.

Entretanto, aparece publicada, no mesmo período, uma semana depois uma resposta escrita de Pedro Fernando Guimarães e Oliveira, senador do Partido Liberal do Brasil:

Seu Guido, seus olhos visionários, tão azuis como o céu
Onde fica o único limite à sua ambição e à sua virtude,
Espero que tenham alívio, lendo as palavras que escreveu.
Suas mãos gastas de edificador, estão construindo para a juventude,
Uma base industrial próspera, moderna e forte,
seus ombros extenuados por tanta responsabilidade,
de investir no desenvolvimento de São Paulo até sua morte,
Levam como Atlas o futuro econômico da nossa querida cidade.

Até na sua pele branca, como sua reputação,
Manchada de falsas acusações,
Nela vemos, como no seu coração,
A maior fonte de orgulho das suas duas pátrias e nações!

Texto produzido, a partir da proposta de trabalho contida na
Ficha, Auto-retrato