Retroação
da Oficina de Formação de Professores
das Escolas Portuguesas da Área Metropolitana de Montreal
por
Luís
Aguilar
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Não
há nada mais prático do que uma boa teoria.
Kurt Lewin
Proposta e organizada pela Coordenação
do Ensino Português no Canadá (Instituto
Camões) foi levada a cabo uma oficina de formação,
destinada aos professores dos ensinos Básico e Secundário
das Escolas Portuguesas da área metropolitana de Montreal,
denominada
Quadro de Referência para a Comunic-Ação
no Ensino e Aprendizagem do Português, animada
por Luís Aguilar, docente do Instituto Camões
e responsável pelos Estudos
Portugueses e Lusófonos da Universidade de Montreal,
com colaboração de Vitália Rodrigues, assistente
de Língua Portuguesa na Universidade de Montreal.
Esta oficina de formação, de cerca de três
horas, decorreu sábado, 19 de março de 2011, das
15 às 18.00 horas, numa das salas da Missão Santa
Cruz e contou com a participação de 21 professores,
5 da Escola Português do Atlântico, um da Escola
Portuguesa de Laval e 15 das Escolas Santa Cruz e Lusitana de
Montreal, cujo diretor, o professor José de Barros, assistiu
a toda a sessão, que foi aberta pelo senhor padre José
Maria. Esta oficina de formação insere-se num
plano mais vasto de formação contínua de
professores, da responsabilidade da Coordenação
do Ensino Português no Canadá (Instituto Camões),
cuja segunda sessão se realiza no próximo dia
26 de março no mesmo local e no mesmo horário
e será orientada pela Dra. Ana Paula Ribeiro.
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Do ambicioso programa
inicialmente proposto para a Oficina de Formação
em apreço, foram tratados os seguintes temas:
1. Abordagem pessoal
de três itens do Quadro Europeu Comum de Referência
para as Línguas (QECRL): a necessidade de centrar o processo
de ensino aprendizagem nas necessidades, motivações,
características e recursos dos aprendentes, a criação
de um espaço-tempo pedagógico que privilegie as
funções expressiva, comunicativa e simbólica
da linguagem e as cinco competências de base para o domínio
de uma língua (Ouvir, Ler, Falar, Escrever e Conversar).
Os animadores apresentaram o seu Manual Interativo na Rede (clicar
na imagem do lado direito da página) e os imensos materiais
interativos que o mesmo contém.
Os animadores
mostraram a sua interpretação pessoal dos níveis
estabelecidos no QECRL patente na Grelha
de Descritores definidos para os vários níveis
de proficiência da língua (A1, A2, B1.1, B1.2,
B21 e B2.2) distribuídos pelas várias competências-chave
atrás mencionadas.
Dado tratar-se
de uma oficina de formação, quiseram os animadores
proporcionar uma vivência prática e transferível
das várias competências-chave anteriormente enunciadas:
exploração didática da Ficha Verdes
São os Campos (ficha
1 e ficha
2) de Luís de Camões, com a respetiva
audição de interpretações musicais
de Teresa Silva Carvalho e José Afonso; visionamento
e exploração didática do diaporama da autoria
dos animadores sobre as várias aplicações
do verbo Ficar
(clicar para ver o diaporama); leitura e interpretação
da Ficha Autobiografia
em Cinco Pequenos Capítulos (clicar
para ver ficha) e leitura de uma Ficha que exemplifica
as vantagens de uma abordagem global da aprendizagem em relação
com os tradicionais métodos analítico-sintéticos
(clicar para ver Ficha Palavras com Letras Trocadas)
e, finalmente, a demonstração prática sobre
a questão das cada vez mais reclamadas necessidades de
aplicação das aprendizagens proporcionadas pela
escola aos universos das relações socioculturais
e do trabalho, em que se verificou haver cinco respostas certas
ao problema apresentado na Ficha O
Negócio do Automóvel
(clicar para ver a ficha).
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2. No segundo momento da ação
de formação analisaram-se sete situações
problemáticas apresentadas de forma caricatural na ficha
de trabalho com o mesmo nome (clicar
para ver ficha), mais especificamente as seguintes: a questão
de um ensino abstrato dirigido a um aluno médio e que
não corresponde a quaisquer necessidades ou interesses
dos alunos presentes numa aula, onde dificilmente encontrará
o seu lugar como indivíduo, a questão da distância
entre a mensagem do professor e a má recepção
por parte do aluno e a questão dos prazos de entrega
de trabalhos e a sua entrega no último minuto por parte
dos alunos, seja qual for o tempo dado pelo professor.
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3. O terceiro momento
desta ação de formação foi dedicado
à perceção e deteção de necessidades
pessoais e profissionais de formação por parte
dos professores participantes, a partir do preenchimento de
um questionário com sete itens, cujo tratamento de dados
se sistematiza no gráfico de barras e mapa, publicados
à direita nesta página.
Como facilmente
se pode constatar os dezoito professores que responderam ao
questionário acham como mais urgente para a sua formação
o investimento numa formação geral integrada
e global no âmbito das Ciências da Educação,
uma formação psicológica, pedagógica,
didática e disciplinar (12 respostas em primeira
prioridade, nenhuma como segunda prioridade, 1 como terceira
prioridade, 1 como quarta prioridade, 2 como quinta prioridade
e 2 para além da quinta. A segunda necessidade de formação
detetada é relativa à necessidade de aprender
a construir material didático (2-9-5-0-1- 1).
A terceira necessidade detetada, reporta-se à Atualização
e ou aquisição de conhecimentos nas várias
disciplinas, áreas e níveis de ensino.
(1-4-6-3-3-1), seguida de perto pela necessidade de
aquisição de conhecimentos no domínio das
novas tecnologias (1-4-3-5-2-2). Ainda que esta atividade
tivesse um valor meramente académico e rudimentar ela
indica ainda assim tendências que poderão ser confirmadas
ou não por uma análise posterior mais pormenorizada.
Serviu mais para sensibilizar os professores para a expressão
das suas necessidades de formação.
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4. O quarto e último
momento desta ação de formação foi
dedicado à avaliação da ação,
formal e informal, tendo os professores considerado, a partir
do preenchimento de uma ficha de avaliação (clicar
para ver ficha) que, quer a animação, quer a participação
no grupo, quer a participação individual, foram
boas (a maioria) ou satisfatória.
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Sítios Referidos:
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