Nesta
viagem virtual a Moçambique, um dos oito países
que integram a CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Oficial Portuguesa), ex-colónia
portuguesa, situada na costa Sudeste do continente
africano, cerca de nove vezes maior, em superfície,
do que Portugal, mas dez vezes menor do que o Brasil
e treze do que o Canadá, tem fronteira a Leste com
o Oceano Índico, a Norte com a Tanzânia, o Malawi
e a Zâmbia, a Oeste com o Zimbabwe e a África do Sul
e a Sul com a Swazilândia. De clima tropical e húmido
e com uma costa marítima de 2515 Km, Moçambique
é banhado pelo Índico e repleto de belas praias.
E
para começarmos a nossa viagem virtual a Moçambique
convidamo-los a percorrer as dez províncias moçambicanaso:
Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Sofala,
Manica, Inhambane, Gaza e
Maputo. Clique
aqui
Teriam
sido os bosquímanes os primeiros povos primitivos
de Moçambique. Entre 200 e 300 DC, ocorreram grandes
migrações de povos Bantu,
oriundos da região dos Grandes Lagos a Norte. Os primeiros
entrepostos comerciais costeiros pertencentes aos
Suahilárabes apareceram nos finais do século VI.
Pêro da Covilhã foi certamente o primeiro
português a estabelecer contacto com os povos
da região de Moçambique, quando mandado
por D. João II em busca do Prestes João
das Índias e de informações sobre
a navegação para a Índia, chega
a Moçambique em 1489. Cerca de dez anos depois
é Vasco da Gama
que na sua primeira viagem à Índia contacta
com os povos da região que o recebem ora de
braços abertos, ora com hostilidade. A partir
daí os portugueses vão-se estabelecendo,
gradualmente, na região que viria a ter uma
importância estratégica na rota do caminho
marítimo para a India.
A presença portuguesa confina-se à faixa
litoral, onde passam sucessivamente a criar feitorias
e construir fortalezas: Sofala e Ilha
de Moçambique (as mais importantes), Sena,
Tete, Quelimane e Inhambane. Nos primeiros anos do
século XVIII os holandeses, franceses e ingleses
tentam fixar-se na Ilha de Moçambique.
Até 1752, Moçambique tem um estatuto
administrativo ligado à Índia e só
no final do século os portugueses tentam penetrar
o interior de Moçambique.
A colonização efectiva de Moçambique
só se inicia verdadeiramente sob o impulso
da Conferência de Berlim, em 1885, quando as
principais potências europeias procedem à
partilha de África.
Um
dos factores que impulsionou o desenvolvimento de
Moçambique, a partir de finais do século
XIX, foi a sua posição estratégica.
Os seus portos de Maputo (Lourenço Marques)
e da Beira eram as portas de entrada e de saída
para os produtos do Transval e da Rodésia.
A enorme resistência do povo moçambicano
à ocupação colonial portuguesa
só foi temporariamente eliminada por volta
de 1913. É preciso dizer que esta resistência
era feita por tribos africanas de negreiros que se
sentiam ameaçadas neste comércio pelos
portugueses. Durante a 1ª.Guerra Mundial (1914-1918),
travam-se combates entre portugueses e alemães
pelo controlo do território. São muitos
os resistentes, heróis e ou constutores da
nação moçambicana. Citamos três:
Ngungunhane
a Eduardo
Modlane e Samora
Machel.
A descolonização decorre dos acontecimentos relacionados
com a Revolução
dos Cravos em Portugal, em 25 de Abril de 1974,
concretizando-se em 25 de Junho de 1975, data oficial
da independência de Moçambique. A saída apressada
e mal negociada dos portugueses é a causa próxima
da guerra civil que se seguiu à independência.
Moçambique sempre se afirmou como pólo cultural com
intervenções marcantes, de nível internacional, no
campo da arquitectura, pintura, música, literatura
e poesia. Nomes como Malangatana, Chichorro, Mia
Couto e José Craveirinha entre outros, já há muito
ultrapassaram as fronteiras nacionais.
Importante também e representativo do espírito artístico
e criativo do povo moçambicano é o artesanato que
se manifesta em várias áreas, destacando-se as esculturas
dos Macondes do Norte de Moçambique.
Apesar
da forma pouco convivial que caracterizou a saída
“apressada” dos portugueses, após,
ou mesmo antes, de Moçambique são muitos
os que jamais esquecerão o que de bom aquela
terra lhes deu nutrindo as suas memórias com
a criação de algumas páginas
na Internet: Moçambique:
Terra da Boa Gente.
Facilmente
podemos constatar as preferências musicais daqueles
que têm Moçambique no coração:
Malhanga
, As
Irmãs Muge...e até Bob
Dylan canta Moçambique.
Se quiser manter-se informado sobre o que se passa
em Moçambique pode ler os vários periódicos
publicados no país e disponíveis na
Internet: