Confere à àquisição
da dupla nacionalidade por parte dos portugueses uma grande
importância, mas esquece que muitos portugueses não
podem ser portugueses, devido a um imbróglio legal que
ninguém parece querer resolver. Martins da Cruz parece
desconhecer vertentes importantes da participação
dos portugueses na construção deste grande país
que é o Canadá.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas, Martins da Cruz,
esteve no Canadá cinco dias, onde participou nas comemorações
dos 50 anos da emigração portuguesa. Indiferente
ao surto de pneumonia atípica que afecta Toronto, em
particular e o Canadá, em geral, Martins da Cruz manteve
a programada visita, agendada há bastante tempo, para,
disse o seu porta-voz, Fernando Lima à Lusa estar
com a comunidade portuguesa e com os diplomatas nacionais
neste período difícil .
Dadas as circunstâncias
Martins da Cruz, foi acompanhado por uma reduzida comitiva de
funcionários do Ministério dos Negócios
Estrangeiros, uma vez que os desobrigou por causa dos riscos
relacionados com a pneumonia atípica para quem visita
o país, onde se registaram 149 casos dos quais 23 pessoas
morreram. Os cerca de 550 mil portugueses e luso-descendentes
residentes no Canadá celebram o 50º aniversário
da chegada, a 13 de Maio de 1953, do primeiro grupo de imigrantes
portugueses, oficialmente reconhecidos como tal, pelo Governo
canadiano, a Halifax, a bordo do Saturnia. António
Martins da Cruz viaja a convite do seu homólogo canadiano,
Bill Graham.
Estupefactos ficamos com a ausência
quase total de informação para uma visita tão
significativa. À entrada para o restaurante, um dos convidados
falava da tendência portuguesa para a diplomacia, simultaneamente,
de croquete e de avestruz e que, portanto, não distinguia
esta das outras visitas de governantes portugueses ao Canadá.
Em chocante contraste com os simples representantes de governos
de outros países. Recusamo-nos acreditar que esta visita
de representantes do governo português não tivesse
visado a moralização
das instituições e associações lusófonas
locais, o encorajamento de projectos, o apoio a iniciativas,
o estudo de dossiês importantes como o da TAP, o da dupla
nacionalidade, o do Ensino do Português e o da defesa,
difusão, promoção da língua e cultura
portuguesas, o estabelecimento de protocolos entre os dois países,
etc. Vamos agora estar atentos aos ecos desta visita e, aqui,
neste mesmo espaço, eco faremos deles.
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