O
Primeiro Passo para a Aprendizagem da Língua e Cultura
Portuguesas na Universidade de Montreal
Por
Luís Aguilar
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A Secção
de Estudos Portugueses da Universidade de Montreal, na sequência
do que tem vindo a realizar todos os anos, empenha-se, também
este ano, na divulgação da Língua
e Cultura Portuguesas, junto de alunos do Ensino Secundário
de várias escolas de Montreal e potenciais futuros estudantes
universitários, proporcionando-lhes, um conjunto de sessões
que visam sensibilizar para a aprendizagem da língua
portuguesa e as culturas que se expressam na língua de
Camões.
As sessões, de
duas horas cada, realizam-se neste mês de Julho, com duas
vezes mais estudantes do que em anos anteriores e contam com
a orientação do docente do
Instituto Camões e professor
convidado da Universidade de Montreal, coadjuvado por Vitália
Rodrigues, assistente e Daphné Santos-Vieira, finalista
do Mineur
en langue portugaise et cultures lusophones. Alice Mascarenhas,
professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira,
acompanhou os trabalhos da última sessão.
A realização
de iniciativas deste género em colaboração
com o projecto SEUR
(Sensibilisation aux études universitaires et à
la recherche) tem proporcionado bons resultados, nomeadamente
no que diz respeito ao aumento do número de estudantes
na universidade de Montreal, em geral e nos Estudos de Língua
Portuguesa e Culturas Lusófonas, em particular.
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Luís
Aguilar serve-se do mapa da Lusofonia inscrito na sua T-Shirt
para explicar como a língua portuguesa vagabundeia
pelo mundo, tendo sido língua franca e hoje a terceira
língua internacional mais falada do mundo. |
O
primeiro contacto com palavras portuguesas. Aos estudantes
é proposto que criem um cartaz pelo méodo
da fotolinguagem, utilizando palavras portuguesas recolhidas
de jornais ou revistas. Os animadores desdobram-se pelos
vários grupos de estudantes esclarecendo-os sobre
o significado dos vocábulos.
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As várias sessões, dirigidas a uma clientela que
não sabe uma palavra de Português e muito poucas
referências tem sobre Portugal ou qualquer outro país
lusófono, são desenvolvidas por uma
metodologia activa, de Comunic-Acção
que tem no jogo
de papéis,
no
Jornal Vivo, nas várias técnicas de expressão
dramática e nas actividades
sugestopédicas os seus principais recursos didácticos,
susceptíveis de facilitarem a aquisição
lexical mínima (em regra trinta palavras por sessão),
algumas expressões-chave da comunicação
na língua de Pessoa, o manuseamento de palavras e procura
de sentido e a apropriação de alguns dos seus
sons mais específicos.
A segunda parte de cada sessão enfatiza o vector informativo,
de carácter mais expositivo, sem que por isso, se secundarize
a comunicação com a audiência e a promoção
de actividades interactivas. Fazendo recurso a um diaporama
sobre elementos essenciais da Língua, História,
Geografia, Literatura, Arte, etc. de Portugal, pretende-se transmitir
informação pertinente, partilhar essa mesma informação
com os adolescentes e responder às suas perguntas.
No fim das várias
sessões os participantes, apesar de dias bastantes preenchidos
com as mais diversas actividades ( química, medicina,
literaturas, etc.), saem, geralmente, satisfeitos e bombardeiam
os animadores com perguntas que levariam pelo menos um trimestre
de aulas para responder. Por seu turno, os animadores constatam
o que funciona e o que funciona menos dos métodos não-convencionais
de ensino que utilizam, constituindo, por isso, estas sessões,
um laboratório experimental para o ensino e aprendizagem
da língua portuguesa e culturas lusófonas, apoiado
por uma pesquisa-acção que não cessa de
desenvolver-se.
Muitos participantes questionam-nos, para além das saídas
profissionais que os cursos proporcionam, sobre o conteúdo
do programa e as possibilidades de intercâmbio com universidades
portuguesas e, aqui a porca ainda torce o rabo. Outros querem
saber quais os desafios que se colocam à Presidência
da Comunidade Europeia de que Portugal assume a coordenação
neste momento. Quando saem levam Portugal no seu futuro enquanto
o futuro de Portugal também passa por aqui.
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A
partir de vários jornais comunitários, A Voz de
Portugal e LusoPresse e de outros nacionais, Jornal de Letras,
por exemplo, sugere-se que os participantes criem um cartaz sobre
um tema ou acontecimento da língua e ou cultura portuguesa.
Antes, os potenciais aprendentes de Português haviam feito
tentativas de leitura de várias notícias, tendo
verificado a curta distância entre o que se escreve e o
que se diz, descobrindo o carácter eufónico da Língua
Portuguesa por contraste com as características mais etimológicas
da Língua Francesa. |
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