Os Vários Tipos de Linguagem Utilizados nos Jornais
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OS
12 MANDAMENTOS
DO JORNALISMO
por
Jules Nadeau
1. O chefe de redacção
tem a última palavra sobre a publicação de um texto
e pode exigir sempre algumas alterações às descrições
nele contidas, à sua extensão, à origem e ao estilo. 2. O preâmbulo, ou lead (parágrafo-guia) é a parte mais importante de um texto jornalístico. Todos os artigos devem começar por um resumo (punch) que anuncie o essencial do artigo, e que responda às questões: Quem?, O quê?, Quando?, Onde? 3. As ideias ou ocorrências principais devem iniciar o artigo e os pormenores devem ser incluídos no final, de forma a que, eventualmente, se possa cortar o texto. É o sistema da "Pirâmide Invertida". 4. As citações têm um papel essencial no jornalismo pois permitem traduzir com precisão o pensamento da pessoa entrevistada. Aconselha-se, que se inclua, sempre que possível, uma frase ou algumas palavras entre aspas ou em itálico. 5. O repórter deve pensar sempre na fotografia, antes mesmo da realização da entrevista ou da redacção do artigo, fornecendo, ele próprio, uma ilustração ao chefe de redacção. Sem foto não há artigo, notícia, crónica, entrevista, reportagem, etc. 6. O editorial tem como objectivo dar a conhecer uma opinião pessoal sobre determinado assunto. Pelo contrário um relato de uma notícia tem como objectivo revelar os factos, os números, as palavras, abstendo-se o redactor de dar a sua opinião pessoal. |
7. Uma ideia por parágrafo
e os parágrafos devem ser curtos. Um artigo é composto
de vários e pequenos artigos, cabendo ao chefe de redacção
a tarefa de verificar a coerência dos parágrafos e eliminar
alguns, se necessário. 12. Às vezes basta analisar o tipo de escrita jornalística de um periódico ou de uma revista para se compreender as regras fundamentais que temos vindo a descrever (entrevista, notícia, crónica e reportagem). |
EÇA
JORNALISTA
por Baptista Bastos Quem,
quê, quando, onde, como - eis o princípio. Mas o princípio
deverá estar assessorado pela rejeição absoluta
do eufemismo e pela criatividade permanente. "Uma Campanha Alegre",
"Páginas de Jornalismo", "Notas Contemporâneas",
"Ecos de Paris", "Cartas de Inglaterra" ou "A
Emigração como Força Civilizadora" é
do melhor que a Imprensa portuguesa tem produzido e de uma qualidade
literária igual à de Os Maias ou O Primo Basílio.
E todos eles são textos absolutamente modernos. Eça impôs
o jornalismo como uma disciplina superior da literatura, e é,
talvez, o criador de uma tradição na Imprensa portuguesa:
a que coaduna o "estilo" com essa ética da realidade,
que compreende o jornal como um vector de progresso e de interveniência
cívica e ética, e que faz do jornalista um autor - um
autor que medeia o comportamento social com o acto da escrita. Um autor
contra a "distanciação" da prosa e da sua falaciosa
neutralidade; contra o cinzentismo da exposição, a forma
mais indigna de desistência do "eu" para o modo mais
sórdido de submissão ao "outro", neste caso
os difusos e variados poderes. |