Cânticos,
Espelhamentos e Encontros
por
Vitália
Rodrigues
Fotos
de António Vallacorba, J. J. Marques da Silva e Vitalia
Rodrigues
Organizado por Carlos
Manuel Folhadela de Macedo Oliveira, cônsul-
- geral de Portugal em Montreal e Luís Filipe Tavares
de Melo de Aguilar, professor de Língua
Portuguesa e Culturas Lusófonas da Universidade de
Montreal e docente do Instituto Camões, este serão
literário, a propósito da sessão de abertura
da exposição Espelhamentos, Herança Literária
de José Régio, do Centro
de Estudos Regianos, patrocinada pelo Instituto
Camões, contou com a presença de cerca
de cinquenta pessoas que, na sexta-feira,
dia 20 de Março de 2009, das 18 às 20 horas, no
Consulado-Geral de Portugal em Montreal, improvisaram uma tertúlia
literária como é raro acontecer nos tempos que correm.
Para os que não puderam estar presentes informamos que
a exposição estará até ao fim do mês
na sala multiusos do Consulado-Geral de Portugal em Montreal,
sito no 2020,University, suite 2425 em Montreal, podendo obter-se
quaisquer informações adicionais pelo telefone (514)
499 0359.
O Dr. Carlos Oliveira,
após as palavras de boas-vindas, sublinhou a importância
de promover iniciativas que procurem o encontro entre as pessoas
e dêem um cunho artístico e cultural, obedecendo
a um dos parâmetros do seu consulado: mostrar uma face humana
e vivencial de uma instituição diplomática
de que muitos vêem apenas a frieza da burocracia. Realçou
o diplomata a nova política de promoção e
difusão da língua e cultura portuguesas no mundo,
por parte do Instituto Camões, que se pauta por fornecer
aos agentes culturais e instituições, produtos de
qualidade que evidenciem uma imagem do Portugal moderno. O Dr.
Carlos Oliveira referiu-se, por outro lado, à cada vez
mais necessária constituição de parcerias
para a realização de eventos culturais, desta feita
com os Estudos Lusófonos da Universidade de Montreal e
a próxima com o vespertino comunitário LusoPresse,
relativamente às celebrações do Dia da Mulher
que conta com a presença da Dra. Manuela Aguiar.
E a sessão
continuou com o Cântico Negro de José Régio,
dito pelo professor Luís Aguilar que surpreendeu os presentes,
sobretudo alguns dos seus estudantes (e antigos estudantes), a
quem faz jogar papéis nas suas aulas, mas não tendo
ele, incarnado como desta vez, um papel específico. Luís
Aguilar referiu que a primeira (e a última vez) que dissera
o Cântico Negro fora precisamente há quarenta
anos, ano da morte de José Régio. Nessa altura,
refere Luís Aguilar, a coisa saira um pouco em falsete,
pois ainda não tinha caminho feito que justificasse o grito.
Desta vez, porém, o grito de revolta sairia mais autêntico.
Na mesma onda poética
que se alevantou, Joviano Vaz, leu a Toada de Portalegre,
com a garra e o tom dramáticos que se lhe reconhecem.
Referiu Joviano Vaz, recentemente
homenageado pelos seus conterrâneos de Montreal, o momento
em que há muitos anos, havia recitado o mesmo poema para
José Régio e João Villaret, quando os encontrou
em Ponta Delgada nos Açores, sua terra natal.
Depois foi a hora
do Porto de Honra e dos pastéis de nata com que o cônsul-geral
ofereceu aos presentes, que puderam assim continuar a provar,
para além da receita literária, dois símbolos
da bandeira gastronómica portuguesa.
Tempo houve ainda,
para lançar (e testar) o passatempo pedagógico criado
por Luís Aguilar, Totolíngua, que os
Estudos Lusófonos vão levar cabo ao longo do presente
ano. A iniciativa foi bem acolhida, tendo esta primeira sessão
restrita e experimental, sido ganha pelo único cidadão
brasileiro presente e único totalista: Osman C. Sarmento.
Ver ainda exposições
digitais :
Espelhamentos:
Herança Literaria de José Régio
José
Régio: Os Mundos em que Viveu