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O Grupo Marear que interveio
com alguns extractos de trabalhos anteriores, complementou o trabalho
sóbrio deste espectáculo comemorativo. Outro momento
significativo do espectáculo foi a recitação
do poema As Portas que Abril Abriu de José Carlos
Ary dos Santos, em forma de jograis, com a direcção,
supomos, de Joaquim Eusébio. O discurso de abertura coube
a Arlindo Vieira que de forma necessariamente sintética,
mas com força e significado pôs em evidência
a importância da Revolução dos Cravos na História
Moderna de Portugal. E disse-o com todas as letras da palavra
(numa altura em que alguns tentam tirar-lhe o R) e o odor dos
cravos. Carlos Leitão falou em nome dos sobreviventes da
Comissão das Comemorações do Cinquentenário
da Presença Portuguesa em Montreal informando o término
de funções da mesma, nesta precisa data. Este espectáculo
foi sóbria e excelentemente animado por Ricardo Costa,
ele que não aparece muito em iniciativas comunitárias,
mas que muito tem feito pela difusão e promoção
da Cultura Portuguesa no meio montrealense, sobretudo, no domínio
da Nova Música Portuguesa.
Este espectáculo
foge aos rituais intermináveis, barulhentos e quantas
vezes de manifesto mau gosto que caracterizam as festas portuguesas
comunitárias, com animadores a quem nunca se devia dar
um microfone para as mãos. E isto é, em si, uma
revolução. E uma evolução. As cerca
de cento e cinquenta pessoas presentes
agradecem o espectáculo «As
Portas que Abril Abriu» assim como a todos que o tornaram
possível:
Associação Portuguesa do Canadá;
Carrefour
des jeunes lusophones du Québec;
Centre d’histoire de Montréal;
Comité Coordenador Québec/Celebrações
Comunidade Portuguesa;
Escola Secundária Lusitana;
Grupo de Teatro Marear;
Missão Santa Cruz;
Musique Multi-Montréal;
Rancho Praias de Portugal.
Ainda no
domínio dos festejos do trigésimo aniversário
da Revolução dos Cravos, vai para o ar um documentário
radiofónico realizado por Ricardo Costa e produzido por
Robert Laplante em versões portuguesa
e
francesa.
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