O 25 de Abril de 2004
em Montreal
Abriu as Portas a um
Espectáculo de Qualidade

Reportagem de
Luís Aguilar

 

O Carrefour des jeunes lusophones du Québec e a Comissão Coordenadora do Quebeque para as Comemorações do Cinquentenário da Comunidade Portuguesa organizaram, dia 25 de Abril,
no Salão Nobre da Missão Santa Cruz, pelas 15 horas, um espectáculo comemorativo da Revolução dos Cravos que contou com forte participação e teve uma qualidade invulgar. Invulgar também a cooperação existente entre vários artistas e grupos culturais. Luís Fernandes, músico de extraordinária versatilidade que está, desde Janeiro, entre nós, proporcionou uma interacção artística muito conseguida, com alguns artistas locais: Marta Raposo, Filipe Batista, Osvaldo, Grupo Coral Alentejano e Grupo Coral Praias de Portugal.


O Grupo Marear que interveio com alguns extractos de trabalhos anteriores, complementou o trabalho sóbrio deste espectáculo comemorativo. Outro momento significativo do espectáculo foi a recitação do poema As Portas que Abril Abriu de José Carlos Ary dos Santos, em forma de jograis, com a direcção, supomos, de Joaquim Eusébio. O discurso de abertura coube a Arlindo Vieira que de forma necessariamente sintética, mas com força e significado pôs em evidência a importância da Revolução dos Cravos na História Moderna de Portugal. E disse-o com todas as letras da palavra (numa altura em que alguns tentam tirar-lhe o R) e o odor dos cravos. Carlos Leitão falou em nome dos sobreviventes da Comissão das Comemorações do Cinquentenário da Presença Portuguesa em Montreal informando o término de funções da mesma, nesta precisa data. Este espectáculo foi sóbria e excelentemente animado por Ricardo Costa, ele que não aparece muito em iniciativas comunitárias, mas que muito tem feito pela difusão e promoção da Cultura Portuguesa no meio montrealense, sobretudo, no domínio da Nova Música Portuguesa.

Este espectáculo foge aos rituais intermináveis, barulhentos e quantas vezes de manifesto mau gosto que caracterizam as festas portuguesas comunitárias, com animadores a quem nunca se devia dar um microfone para as mãos. E isto é, em si, uma revolução. E uma evolução. As cerca de cento e cinquenta pessoas presentes agradecem o espectáculo «As Portas que Abril Abriu» assim como a todos que o tornaram possível:
Associação Portuguesa do Canadá;
Carrefour des jeunes lusophones du Québec;
Centre d’histoire de Montréal;
Comité Coordenador Québec/Celebrações Comunidade Portuguesa;
Escola Secundária Lusitana;

Grupo de Teatro Marear;
Missão Santa Cruz;
Musique Multi-Montréal;
Rancho Praias de Portugal.

Ainda no domínio dos festejos do trigésimo aniversário da Revolução dos Cravos, vai para o ar um documentário radiofónico realizado por Ricardo Costa e produzido por Robert Laplante em versões portuguesa e francesa.