Superfície : 36 120 km²
População : 1 472 780 habitantes
Densidade : 48 hab./km²
Capital : Bissau, habitada por 388 028
Língua Oficial : Português
Línguas Nacionais : Crioulo Guineense (língua falada pela maioria), Balanta, Fula, Manjaco, Mandinga, Pepel e outras.
Religiões : Animismo/Crenças Indígenas (50%)
Islamismo (45%)
Cristianismo (5%)
Moeda : Franco CFA (da Comunidade Financeira Africana)
Data da Independência: 24 de Setembro de 1973
IDH (2006) : lugar 173 entre 177 países
PIB (2005):

lugar 174 entre 180 países
(800 $US/ano, por habitante)


Almícar Cabral: referência maior da construção do país:


Catedral em Bissau


Fortaleza de Amura em Bissau, onde está sepultado Amilcar Cabral


Bissau


Bijagós


Bijagós

Videos

Imagens da Guiné-Bissau

Dicionário Guineense-Português


Viagem Virtual à
 
e
Vitália Rodriques

Supervisão de Luís Aguilar,

Docente do Instituto Camões e professor convidado da Universidade de Montreal

Nesta viagem virtual, convidamo-lo(a) a visitar a República da Guiné-Bissau, um dos oito países que integram a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa). Localizada na costa Noroeste do continente africano, a Guiné-Bissau tem sensivelmente a mesma superfície que a Bélgica, sendo duas vezes e meia inferior, em tamanho, a Portugal (ver quadro comparativo). Tem fronteiras a Norte com o Senegal, a Leste e Sudeste com a Guiné-Conacri e a Sul e Oeste é banhada pelo Oceano Atlântico. Além do território continental, o país conta com o arquipélago dos Bijagós constituído por mais de oitenta ilhas.

Com a chegada do navegador português Álvaro Fernandes, no ano de 1446, às costas do território hoje conhecido como Guiné-Bissau, os portugueses foram os primeiros europeus a explorar essa região africana que já era habitada por vários povos indígenas: balantas, fulas, manjacos, felupes, mandingas, papéis, etc. Até ao século XVII, a quase totalidade do território da Guiné-Bissau integrava o reino de Gabú que, por sua vez, pertencia ao legendário Império do Mali, dos mandingas, que florescera a partir de 1235. Os portugueses começaram a colonizar a costa e os rios só a partir de 1558, com a fundação da vila de Cacheu. O interior só foi explorado a partir do século XIX. A colónia portuguesa nomeada Capitania-Geral da Guiné Portuguesa no século XVII, passou a ser considerada como província ultramarina portuguesa, com o nome de Guiné Portuguesa no Estado Novo de Salazar que, a partir de 1963 teve que enfrentar a guerrilha conduzida pelo PAIGC, Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, fundado e liderado pelo legendário Amílcar Cabral que impôs significativas derrotas ao exército português, que conduziram à declaração unilateral da independência, ainda antes da Revolução dos Cravos em 1974. Com efeito, em 24 de Setembro de 1973, o PAIGC com a forte ajuda militar da então União Soviética declara a independência em Madina do Boé, sendo Luís Cabral nomeado o primeiro Presidente da República, já que meses antes, a 20 de Janeiro desse mesmo ano, Amilcar Cabral tinha sido assassinado em Conacry. Amílcar Cabral acabaria por tornar-se o herói da Independência e a grande referência da construção do novo país africano. A Guiné-Bissau, juntamente com Cabo Verde, foi a primeira colónia portuguesa em África a ter a independência reconhecida por Portugal, em 10 de Setembro de 1974. Celebremos o momento ouvindo o actual Hino Nacional da Guiné-Bissau e apreciemos a sua letra da autoria do fundador da nação guineense, Amilcar Cabral, sob fundo musical do chinês Xiao He.

Luís Cabral assumiu a presidência do país em 1974. O governo de Cabral herdou um país devastado pela guerra da Independência e as dificuldades que teve de enfrentar favoreceram a criação de um regime de orientação marxista, liderado pelo PAIGC, o único partido legal. Viria a ser deposto por um golpe de estado, sem derramamento de sangue, que instaurou uma ditadura militar chefiada pelo general João Bernardo “Nino” Vieira, em Novembro de 1980, que no essencial se opôs à continuação da fusão da Guiné com Cabo Verde. Cerca de vinte anos mais tarde, em 1998, uma revolta armada deu lugar a uma guerra civil sangrenta que culminou em Janeiro de 2000, com a ascensão ao poder de Kumba Ialá. Este novo presidente da República, viria, por seu turno a sucumbir durante o levantamento militar sangrento de 14 de Setembro de 2003. O presidente actual é Nino Vieira, que voltou do exílio para concorrer às eleições presidenciais que venceu com 52,35% dos votos, derrotando oficialmente o candidato Malam Bacai Sanhá na segunda volta. Sanhá, ex-presidente interino, foi apoiado pelo antigo partido de Vieira, o PAIGC.

A Guiné-Bissau divide-se em oito regiões administrativas: Bafatá, Biombo, Bolama, Cacheu, Gabú, Oio, Quinara e Tombali, sendo Bissau a capital do país. As cidades mais importantes são Bafatá, Gabú, Mansoa, Catió, Cantchungo e Farim. A população distribui-se pelos vários grupos étnicos supra mencionados.

A economia do país baseia-se principalmente na agricultura, nomeadamente pelo cultivo de castanha-de-caju, milho, amendoim e arroz. O sector da pesca assume significativa importância na economia do país, que se bate pela autosubsistência, mas os estragos causados pela guerra, pelas ditaduras e erros cometidos no passado, dificultam bastante a tarefa.

O clima é de tipo tropical com duas estações: a época seca de Novembro a Abril, e outra, de chuvas, de Maio a Outubro. A Guiné-bissau é um país plano, com floresta tropical e uma grande reserva de água, sobretudo a que provém dos rios Cacheu, Geba e Corubal que percorrem o interior. Apesar do seu tamanho reduzido, tem muitas praias de rara beleza, como as que se podem encontrar nas ilhas do Arquipélago dos Bijagós, classificadas pela UNESCO como reserva ecológica biosférica e na região do Cacheu, nas praias de Varela, e na zona sul Cussilinta, Saltinho, etc. As maiores ilhas do Arquipélago são Caravela, Formosa, Galinhas, Maio, Orango, Ponta e Roxas, com distintos micro-climas e fauna e flora ainda por descobrir. Entre os animais selvagens que existem na Guiné-Bissau, encontram-se os hipopótamos, babuínos, antílopes, leopardos e leões.

O Português é a língua oficial da República da Guiné-Bissau, mas o número de falantes atinge pouco mais de 10%. No entanto, cerca de metade da população fala crioulos de base lexical portuguesa. Tendo em conta a situação precária da língua portuguesa na Guiné–Bissau, o Instituto Camões tem estabelecido vários planos de acção para o ensino, difusão e promoção da língua de Pessoa e Camões neste país africano, que se traduz no envio de professores no apoio logístico e remessas de material didáctico. Não é sem risco e espírito de missão e aventura que os docentes desenvolvem no país a sua prática pedagógica como narra a professora Arlinda Mártires nos três anos que aí leccionou.

A nível cultural, apesar da Guiné-Bissau ser um país muito jovem e irrelevante do ponto de vista artístico e cultural, podem identificar-se alguns criadores, no campo da pintura, música, cinema, literatura e poesia: a cantora Eneida Marta, o cantor Zé Manel, os poetas e escritores Carlos-Edmilson Vieira, Tony Tcheka, Félix Sigá, Helder Proença, Amílcar, Vasco Cabralos, António Baticã Ferreira e Odete Semedo, o pintor Augusto Trigo, entre muitos outros, que já ultrapassaram as fronteiras nacionais. É de salientar prometedores e potenciais valores culturais, tanto no domínio musical, nomeadamente os seus ritmos e instrumentos tradicionais, como no das artes visuais e literatura.

E é de notar a presença musical da Guiné-Bissau, aqui em Montreal, pelas vozes e a arte do conjunto El KadySamy e de Lillison Di Kanara.

Ouvir de El KadySamy

Youtube

 

 

 
 
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