708 anos sobre o
Tratado de Alcanices
Na sequência de esclarecida
política diplomática, o Rei D. Dinis assinou com o Rei
de Castela, em 12 de Setembro de 1297, o Tratado de Alcanices, pelo
qual se fixou a fronteira entre os dois Estados peninsulares, sendo
reconhecida a soberania portuguesa sobre os territórios e povoações
de Riba-Côa, Ouguela, Campo Maior e Olivença. Os limites
então estabelecidos jamais sofreram qualquer alteração,
assim se constituindo a mais antiga e estabilizada fronteira nacional
da Europa.
Todavia, o Estado vizinho, que em diversas ocasiões e sob variadíssimas
formas questionou a existência de tais limites, ocupou, em 1801,
a vila portuguesa de Olivença. Ocupação esta que
permanece, indignamente, apesar das determinações e acordos
internacionais (designadamente o Tratado de Viena de 1815), apesar dos
próprios
compromissos assumidos pelo Estado espanhol, apesar do Direito Internacional.
Na passagem de 708 anos sobre o Tratado de Alcanices, o Grupo dos Amigos
de Olivença, denuncia - como sempre o fez desde a sua fundação
por Ventura Ledesma Abrantes, oliventino refugiado em Portugal, há
mais de 68 anos - a ocupação daquela parcela de Portugal.
Esta associação de cidadãos que não abdicam
do exercício dos seus inalienáveis direitos de intervenção
pública - continuando o testemunho de tantos vultos que pugnaram
pela portugalidade de Olivença, como Hernâni Cidade, Jaime
Cortesão, Queiroz Veloso, Torquato de Sousa Soares, General Humberto
Delgado, Miguel Torga, Ricardo Rosa e Alberty -
reclama-se, muito simplesmente, daquela que é a posição
jurídico-política portuguesa, com cobertura constitucional:
Portugal não reconhece legitimidade à ocupação
de Olivença por Espanha, considerando que o território
é português de jure.
No momento em que se apresentam diversos candidatos a Presidente da
República - garante da Independência Nacional - espera-se
deles a iniciativa de trazer a debate a Questão de Olivença
e a capacidade de apresentar um programa nacional para a sua resolução.
O Grupo dos Amigos de Olivença prosseguirá animosamente
os seus esforços pelo reencontro com Olivença, no respeito
pela História, pela Cultura, pela Moral e pelo Direito. Que os
cidadãos portugueses, por todos os meios, exijam que a
Questão de Olivença seja colocada na agenda política
nacional!
Lisboa, 12-09-2005.
A Direcção
Grupo dos Amigos
de Olivença
www.olivenca.org