Diogo
Cão
foi o primeiro navegador europeu a chegar a Cabinda
e a estabelecer contactos comerciais com os Ntotila
(Rei) locais do reino
do Congo, onde deixou uma inscrição
e as armas de Portugal. Recebido com pompa e circunstância
pelo Ntotila de Mbanza Kongo que quis tornar-se cristão
e manifestou o desejo de estabelecer relações
comerciais com Portugal.Portugal
invocou por diversas vezes ao longo dos séculos
o seu direito histórico à posse dos territórios
de Cabinda, tendo expulsado e destruído, em 1723,
o fortim de corsários ingleses com a ajuda do Rei
de Ngoyo. Em 1784, foi a vez dos franceses atacarem os
portugueses da fortaleza de Santa Maria de Cabinda, mas
em 1786 reconheceram oficialmente a soberania portuguesa
sobre a costa de Cabinda.
O Marquês de Pombal, perante a impossibilidade da
manutenção do monopólio do comércio
que até aí vinha detendo decretou, em 1758,
Livre e Franco o comércio com o Congo.
No
dia 1 de Fevereiro de 1885 o reino
de Ngoyo assinou com o reino de Portugal o Tratado
de Simulambuco (texto
manuscrito), com o objectivo de colocar Cabinda sobre
protectorado português e protegê-la da invasão
do reino belga. Meses depois viria a celebrar-se a Conferencia
de Berlim onde os europeus dividiram África
às fatias como muito bem quiseram ou puderam. Na
sequência desta conferência e cedendo aos
caprichos de Leopoldo II da Bélgica Cabinda viria
a separar-se de Angola, através de uma faixa de
60 Km por onde o protectorado belga do Congo acederia
ao Oceano Atlântico.
Já no século XX, em 1956, Salazar
decidiu reunir, a fim de reduzir os custos administrativos
Angola e Cabinda que, desde então, passaram a ter
o mesmo governador e hoje, contra a vontade de muitos
cabindenses pertencem à mesma nação:
República de Angola.
Depoios da Revolução
dos Cravos em Portugal, em 25 de Abril de 1974, e
no seguimento dos processos de descolonização,
em 1975, data de independência de Angola, Cabinda
passou a ser uma das 18 províncias do novo país
independente, ainda que com a oposição da
Flec-Flac
que critica Portugal por não lhe ter sido permitida
a sua presença nos acordos de Alvor e Bicesse.
Ainda hoje há conflitos entre o governo de Angola
com os líderes
de Cabinda que reclamam a autonomia total de Cabinda.
A
idiossincrática História de Cabinda justifica
o conhecimento de algumas
das suas personagens mais relevantes.
Cabinda tem um aeroporto nacional, e um porto marítimo
que precisa de alguns investimentos para se tornar num
dos maiores do país e assim ser rentabilizado.
As ligações aéreas são asseguradas
pelas companhias nacionais públicas, TAAG, SAL,
SONAIR, e privadas. As principais indústrias cabindenses
são as cervejeira, matalomecânica, alumínios
e construção civil, sendo de se lhe tirar
o chapéu à sua rede comercial, nomeadamente
pelos postos mercantis ao longo das fronteiras com os
vizinhos Congos.
O
conjunto contrastante praias e florestas cabindenses são,
por si mesmas, motivo de grande atracção
turística . Para além disso e com o fim
da guerra civil em Angola, o governo tem incentivado estrangeiros
a investir em Cabinda, favorecendo o turismo
na província.
O
Museu de Cabinda é um dos maiores centros de pesquisa
e recolha da tradição oral cabindense. E
não se pode falar da história dessa região
sem se falar também dos Bakamas, um grupo ritual
tradicional que possibilita a interacção
entre o povo vivente e os espíritos ocultos dos
deuses e dos antepassados, assegurando, desta forma, a
reconciliação entre os mortos e os vivos.
Na capital fala-se Ibinda, no centro, o Ilinge e no Norte
(Mayombe, entre os municípios de Buco-Zau e Belize),
o Quiombe.
São
muitos os portugueses
que decidiram permanecer em Cabinda.
Não
faltam personalidades ímpares e protagonistas de
relevo no campo da cultura cabindense.
Faça
uma pausa nesta sua viagem virtual a Cabinda e aproveite
para ler o jornal Ibinda, vespertino cabindense.
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