a C A B I N D A
(República Democrática de Angola)

por

Elizera Teixeira João
Estudante
(Pesquisa na Rede e Texto)

Vitália Rodrigues

Assistente
(Concepção, pesquisa e Texto)
do Mineur en Langue portugaise et cultures lusophones

 

 

 

 

Superfície: 7 800 km²
População: 300.000
Densidade: 51.3 hab./ km²
Capital: Cabinda
Línguas Oficial: Português
Línguas Nacionais: Fiote, Ibinda e Kikongo
Religiões: Catolicismo
Moeda: Kwanza

Propomo-vos uma viagem virtual à décima oitava província de Angola, o enclave de Cabinda, situado na África central, sete vezes maior do que São Tomé e Príncipe, duas vezes maior do que Cabo-verde e doze vezes menor do que Portugal, com uma costa de 90km a Oeste (Oceano Atlântico) e com fronteira, ao Norte com o Congo e a Este e a Sul com a República Democrática do Congo. O enclave de Cabinda dista 60 Km do território angolano.

Convidamo-lo(a), pois, a visitar a rica província de Cabinda em recursos naturais, sobretudo petróleo, que contribui com cerca de 60% para o orçamento do Estado de Angola. Além do petróleo Cabinda é rica em diamantes, fosfato, magnésio, café, cacau, madeira, encontrando-se esta em Maiombe, a segunda maior floresta do mundo, depois da Amazónia, no Brasil. Em Mayombe podem encontrar-se borboletas, papagaios, gorilas, entre outros.


diamantes e petóoleo


café e cacau


Floresta de Maiombe

Cabinda


Praia em Kakongo


Igreja na cidade de Cabinda


Neste lugar de SIMULAMBUCO
foi assinado em 1 de Fevereiro de 1885
o Tratado que integrou o território de
CABINDA na nação Portuguesa


Bandeira da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (F.L.E.C.)

Diogo Cão foi o primeiro navegador europeu a chegar a Cabinda e a estabelecer contactos comerciais com os Ntotila (Rei) locais do reino do Congo, onde deixou uma inscrição e as armas de Portugal. Recebido com pompa e circunstância pelo Ntotila de Mbanza Kongo que quis tornar-se cristão e manifestou o desejo de estabelecer relações comerciais com Portugal.Portugal invocou por diversas vezes ao longo dos séculos o seu direito histórico à posse dos territórios de Cabinda, tendo expulsado e destruído, em 1723, o fortim de corsários ingleses com a ajuda do Rei de Ngoyo. Em 1784, foi a vez dos franceses atacarem os portugueses da fortaleza de Santa Maria de Cabinda, mas em 1786 reconheceram oficialmente a soberania portuguesa sobre a costa de Cabinda.

O Marquês de Pombal, perante a impossibilidade da manutenção do monopólio do comércio que até aí vinha detendo decretou, em 1758, Livre e Franco o comércio com o Congo.
No dia 1 de Fevereiro de 1885 o reino de Ngoyo assinou com o reino de Portugal o Tratado de Simulambuco (texto manuscrito), com o objectivo de colocar Cabinda sobre protectorado português e protegê-la da invasão do reino belga. Meses depois viria a celebrar-se a Conferencia de Berlim onde os europeus dividiram África às fatias como muito bem quiseram ou puderam. Na sequência desta conferência e cedendo aos caprichos de Leopoldo II da Bélgica Cabinda viria a separar-se de Angola, através de uma faixa de 60 Km por onde o protectorado belga do Congo acederia ao Oceano Atlântico.

Já no século XX, em 1956, Salazar decidiu reunir, a fim de reduzir os custos administrativos Angola e Cabinda que, desde então, passaram a ter o mesmo governador e hoje, contra a vontade de muitos cabindenses pertencem à mesma nação: República de Angola. Depoios da Revolução dos Cravos em Portugal, em 25 de Abril de 1974, e no seguimento dos processos de descolonização, em 1975, data de independência de Angola, Cabinda passou a ser uma das 18 províncias do novo país independente, ainda que com a oposição da Flec-Flac que critica Portugal por não lhe ter sido permitida a sua presença nos acordos de Alvor e Bicesse. Ainda hoje há conflitos entre o governo de Angola com os líderes de Cabinda que reclamam a autonomia total de Cabinda.

A idiossincrática História de Cabinda justifica o conhecimento de algumas das suas personagens mais relevantes. Cabinda tem um aeroporto nacional, e um porto marítimo que precisa de alguns investimentos para se tornar num dos maiores do país e assim ser rentabilizado. As ligações aéreas são asseguradas pelas companhias nacionais públicas, TAAG, SAL, SONAIR, e privadas. As principais indústrias cabindenses são as cervejeira, matalomecânica, alumínios e construção civil, sendo de se lhe tirar o chapéu à sua rede comercial, nomeadamente pelos postos mercantis ao longo das fronteiras com os vizinhos Congos.

O conjunto contrastante praias e florestas cabindenses são, por si mesmas, motivo de grande atracção turística . Para além disso e com o fim da guerra civil em Angola, o governo tem incentivado estrangeiros a investir em Cabinda, favorecendo o turismo na província.

O Museu de Cabinda é um dos maiores centros de pesquisa e recolha da tradição oral cabindense. E não se pode falar da história dessa região sem se falar também dos Bakamas, um grupo ritual tradicional que possibilita a interacção entre o povo vivente e os espíritos ocultos dos deuses e dos antepassados, assegurando, desta forma, a reconciliação entre os mortos e os vivos. Na capital fala-se Ibinda, no centro, o Ilinge e no Norte (Mayombe, entre os municípios de Buco-Zau e Belize), o Quiombe.

São muitos os portugueses que decidiram permanecer em Cabinda. Não faltam personalidades ímpares e protagonistas de relevo no campo da cultura cabindense.

Faça uma pausa nesta sua viagem virtual a Cabinda e aproveite para ler o jornal Ibinda, vespertino cabindense. Caso prefira pode folhear a revista



Fotos de Cabinda


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