Graças à
bolsa que me foi atribuída pelo Instituto Camões, tive
a oportunidade de frequen-tar o Curso de Português para Estrangeiros
neste Verão 2000.
Apaixonada pela História, escolhi a Universidade de Évora
para local de estudo.
A possibilidade de perma-necer durante um mês na cidade de Évora
foi para mim uma ocasião óptima para viver o dia-a-dia
de uma cidade medieval. Digo isto porque o turista que fica dois ou
três dias em Évora, visitará o Templo de Diana,
a Sé, a Capela dos Ossos, os museus, algumas igrejas muito
interessantes do ponto de vista arquitectónico e histórico.
Mas é muito difícil que em tão pouco tempo tenha
a oportunidade de viver ao ritmo dos eborenses. Caprichos da língua
portuguesa que chama Évora à cidade, mas eborenses aos
seus habitantes.
Há que habitar a cidade para lhe conhecer a história
e os monumentos, para acordar cedo de manhã com o som dos sinos
das igrejas, ir tomar uma meia de leite com bolinhos, enquanto se
escutam as discus-sões filosóficas ou desportivas dos
fregueses - eu sei que não é correcto ouvir as conversas
dos outros mas, às vezes, é tão agradável
e instrutivo...- assistir às aulas de português nos Claustros
do Convento da Universidade do Espírito Santo, ouvir música
nos espectáculos nocturnos da Praça do Giraldo, sentar-se
nas escadas da Fonte da Porta ou Moura, enquanto nos deixamos invadir
pela frescura da água que cai.
Há que habitar a cidade para passear nas ruas medievais e olhar
para as casas senhoriais, os largos, as praças, e nelas descobrir
os vestígios da romanização e da ocupação
árabe e pensar que o título de Património da
Humanidade que lhe foi conferido pela UNESCO é altamente mere-cido
pois, em Évora, o encontro com a História é permanente.