Autorretrato
Um
Pássaro Migrante
Matias
Oscar Pájaro tem um percurso muito diversificado: na
Argentina trabalhou no jornalismo escrito, na rádio
e na televisão, em Espanha trabalhou na organização
e logística de congressos e na Bélgica foi professor
de Espanhol. No Canadá, onde vive atualmente, trabalha
no domínio da tradução, em projetos que
chegam de todo o mundo.
A sua esposa é francesa ou gaulesa e os seus avós
eram espanhóis ou hispânicos e suíços
ou helvéticos e ainda italianos ou transalpinos. Tal
como os seus pais, é argentino, porque nasceu no país
mais austral do mundo, a Argentina. Agora vive em Montreal,
no Quebeque e, por isso, é montrealense e quebequense
e se ficar aqui mais tempo terá, com certeza, a cidadania
canadiana ou canadense. Talvez por isso tudo, considera que
os países são meras invenções
políticas. Uns consideram-no um argentino com ar superior,
misterioso, solitário, sério, triste, distraído
e ricaço, enquanto outros o acham estudioso, sorridente,
agradável, amável, distinto, prestável,
calmo, gentil, pequeno, engraçado, desportista e muito
alegre. Ele resume assim a sua vida: - Quando tinha vinte
anos trabalhei numa multinacional, aos vinte e cinco escrevi
para um jornal e aos trinta vim para Montreal estudar e no
futuro não sei onde irei parar.
No domingo de manhã leio o jornal e penso que isso
é assaz banal. Às quartas-feiras vou à
aula de português, e isso, meus caros, é muito
legal!
Este
texto foi produzido a partir das propostas de trabalho contidas
nas Fichas:
|