FICHA DE LEITURA

Sentimentos Brincam ao Jogo das Escondidas


Sentimentos Brincam ao Jogo das Escondidas

Texto produzido a partir da fábula de Jean de la Fontaine “L’invitation de la folie” e traduzido pelos estudantes de Português (nível A2 do QERC), a partir de um exercício proposto pelo professor. (clique para ver ficha de trabalho)


A Loucura decidiu convidar os seus amigos para tomar um café em sua casa.

Todos os convidados lá foram.

Depois do café, a Loucura propos:

- Vamos jogar às escondidas?

- Jogar às escondidas? O que é isso? Perguntou a Curiosidade.

- O jogo das escondidas é uma brincadeira: eu conto até cem e, enquanto decorre a contagem, vocês escondem-se. Quando eu acabar de contar, vou tentar descobrir onde é que cada um está escondido e o primeiro que encontrar será o próximo a contar.

Todos aceitaram, exceto o Medo e a Preguiça.

- Um, dois, três... começou a Loucura a contar.

A Pressa foi a primeira a esconder-se no primeiro canto que encontrou.

A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na folhagem de uma árvore.

A Alegria correu pelo meio do jardim.

A Tristeza começou a chorar, porque não encontrava um lugar apropriado para se esconder.

A Inveja acompanhou o Triunfo e escondeu-se perto dele, atrás de um rochedo.

A Loucura continuou a contar enquanto os seus amigos se escondiam.

O Desespero estava desesperado vendo que a Loucura já estava em 99.

- Cem! Gritou a Loucura, vou começar a procurar...

O primeiro a ser encontrado foi a Curiosidade, pois não tinha conseguido impedir-se de sair do seu esconderijo para ver quem seria o primeiro a ser descoberto.

Olhando para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca, sem saber qual o melhor lado para se esconder.

E, sucessivamente, ela descobriu a Alegria, a Tristeza, a Timidez...

Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:

- Onde está o Amor?

Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurá-lo.

Procurou no cimo da montanha, nos rios, ao pé dos rochedos, mas não conseguia encontrar o Amor.

Continuando a procurar por todo o lado, a Loucura viu uma roseira, pegou num bocado de madeira e começou a tentar descobrir o Amor por entre os ramos. Eis senão quando, de repente, ouviu um grito: era o Amor que gritava, porque um espinho lhe tinha furado um olho.

A Loucura ficou sem saber o que fazer. Pediu desculpa, implorou ao Amor o seu perdão, chegando ao ponto de prometer segui-lo para sempre.

O Amor aceitou as desculpas.

Hoje, o Amor é cego e a Loucura está sempre ao seu lado.


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Luís Aguilar
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