Presença da Literatura Portuguesa no


A ficção é o mais sério de tudo.

A escrita é redentora.
A escrita faz com que o autor, independentemente do reconhecimento, tenha uma história de vida magnífica. (...)
A literatura dir-se-ia um permanente treino da alteridade.
Os escritores são seres de liberdade e de libertação dos outros.
Lídia Jorge
In Diário de Notícias06/04// 2007

Decorreu de 16 a 25 de setembro de 2011 o 17o Festival Internacional de Literatura de Montreal, que incluíu encontros literários, mesas-redondas com escritores, happenings, sessões de cinema, tertúlias, espetáculos, etc. Nele participou o projeto Europe(a) que desenvolve atividade ao longo de todo o ano, nomeadamente, através do microprojeto Lisez l’Europe , em que participam vários institutos culturais e representações diplomáticas, associações, livrarias, etc. É o Lisez l'Europe responsável pela organização de ciclos de leitura de escritores europeus, lançamentos de livros, sessões de cinema, etc., e, naturalmente, a programação do FIL (Festival international de littérature de Montréal). É uma oportunidade única de proporcionar as multiplas facetas da literatura europeia contemprânea, este ano na companhia dos seguintes escritores: Lídia Jorge de Portugal, Niklas Maak da Alemanha, António Orejudo de Espanha, Paul Fournel de França, Carles Casajuana da Catalunha e Fabio Geda de Itália.

As atividades propostas no âmbito do projeto Lisez l’Europe foram organizadas pelo coletivo «Europe(a)» que reúne, ao longo de cada ano, várias institutições do Velho Continente, contando-se entre elas, o Instituto Camões.

A literatura portuguesa esteve presente, pela terceira vez consecutiva, neste importante festival internacional, que este ano foi dedicado à temática das viagens na literatura ou das literaturas de viagens, com o nome genérico de Lisez l’Eurovoyage.

A participação portuguesa foi assinalada com a presença da escritora Lídia Jorge, tendo esta autora participado nas atividades que a seguir se descrevem:

1. Na quinta-feira, dia 15 de setembro, às 19h00, no Instituto Goethe, integrado na atividade Ciné-Voyage foi exibido o filme de Margarida Cardoso, A Costa dos Murmúrios, baseado no livro de Lídia Jorge, com o mesmo nome. Esta sessão, com entrada livre, foi a que mais público teve em relação a todas as outras sessões do ciclo, contando com a presença significativa de elementos da comunidade portuguesa de Montreal e de estudantes dos Estudos Lusófonos que encheram metade da sala. Alguns reuniram-se na creperia do canto, com a escritora Lídia Jorge. Trocaram-se impressões sobre o filme, as relações entre os produtos fílmico e literário, a existência ou não de uma cooperação entre a escritora e a cineasta, durante a produção do filme, etc.

2. No dia 17 de setembro, reuniram-se, entre as 14h00 e as 17h00, vários escritores, à volta de duas mesas redondas, sob a temática das viagens na literatura: Lídia Jorge de Portugal, Niklas Maak da Alemanha, António Orejudo de Espanha, Paul Fournel de França, Carles Casajuana da Catalunha e Fabio Geda de Itália. Na primeira mesa redonda o debate balizou-se pelas seguintes questões previamente colocadas: Vem o escritor transformado das viagens que faz ou permanece indiferente? De que modo as suas viagens afetam a produção literária? De que modo dá o escritor conta aos leitores das viagens que efetua? O animador optou pelo sistema de rotatividade, permitindo a cada interveniente na mesa-redonda responder a cada questão colocada. E à volta da problemática das viagens se desenrolou o debate.

Na segunda mesa-redonda, em que participou Lídia Jorge, o animador optou por uma diferente forma de condução do debate. Deixou para trás a problemática das viagens, que a nosso ver se tinha de certo modo esgotado, e centrou-se em algumas obras dos escritores. Por outro lado, o animador sequenciou três entrevistas aos escritores participantes na mesa-redonda, a partir dos temas das obras de cada um. Apesar desta forma de abordagem do debate por parte do animador, que juntou ainda algum julgamento aos testemunhos dos escritores, ao contrário do primeiro animador, cuja opção se pautou pelo distanciamento, do ponto de vista da recepção a opinião foi diversa: o debate ajudou à escolha dos livros a comprar por parte dos vários elementos do público e permitiu uma discussão mais literária com temas que interessam à compreensão do que sucede ou sucedeu no mundo.

3. O Rali Literário, Odyssée dans la ville, realizou-se no domingo, dia 18 de setembro, às 13h00, com um grupo e foi repetido às 14.00 horas com outro grupo. Os participantes percorreram as ruas da cidade, iniciando-se o percurso no restaurante português Casa Minhota, com Lídia Jorge, terminando o mesmo, no Insituto Goethe às 17 e 18 horas, respetivamente. Pelo meio, os participantes no percurso encontraram-se com António Orejudo na Livraria Las Américas, Carles Casajuana na Galeria de l’UQAM, Fabio Geda na Maison de l'écrivain, Paul Fournel no Square St-Louis e, finalmente, Niklas Maak no Instituto Goethe.

Este rali literário, Odysée dans la ville, permitiu a descoberta, de maneira apaixonada e lúdica, das variadas facetas da literatura europeia. O percurso feito a pé, totalizou cerca de 3,5 km, ao longo do qual, os participantes reuniram-se com os escritores em pequenas tertúlias e contactos com a comunicação social. A animação esteve a cargo do ator Cyril Assathiany e de Miriam Cobo.

LER REPORTAGEM NO JORNAL COMUNITÁRIO LUSOPRESSE - Viagens com sentido

E A NOTA DE IMPRENSA DA AGÊNCIA LUSA: Lídia Jorge sublinha "lusitanidade" da escrita de viagens em festival no Canadá

 

LEIA A REPORTAGEM DA PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA NO FESTIVAL DE LITERATURA DE MONTREAL 2010:


Patrocinaram e organizaram a Presença Portuguesa no Festival Internacional de Literatura de Montreal de 2011:

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