Luís Filipe Jorge

Auto-retrato:
Encarnaçao de uma Alma sem Idade

 

Auto-retrato
Encarnação de uma Alma sem Idade


Encarnação de uma alma sem idade,
Este invisível vestígio
Avizinhando místicas entidades
Para quem não existe julgamento ou prestígio.

Naufrágio de um ser e coração vagabundos,
Viajando nesses caminhos intermédios,
Navega entre dois mundos
Sem modelos, paliativos e remédios.

Atraído pelas ausências !
Deportado, por ondas nostálgicas
Fiéis cúmplices de certas essências,
No cruzamento das esperanças nevrálgicas.

Visitante de espaços vazios e desconhecidos,
As sus ideias, lá encontram a sua habitação,
Onde passeia com espíritos parecidos,
Inacessíveis a lógica e visível ração.

E quando aparecem questões existenciais,
Disfarçadas em palavras trágicas
Anjos sem asas insuflam novas distâncias,
Que os transformam em luzes mágicas.

Ele bordeja estranhas influências,
Quando o dia se apaga e desaparece,
Ele larga as diurnas alianças,
Para sintonizar com criaturas que lhe apetecem.

E no meio das horas escuras e ociosas,
Dilui os seus pensamentos fugitivos
Aí deixa o corpo por essas ligações preciosas
E frequenta outros motivos.

A essa velha alma de passagem,
Cavalgando nos mundos paralelos,
Onde descobriu uma suprema mensagem,
E vários conhecimentos belos.

Mas ! E última visão,
Nesta alma romântica:
De sua vida , se dá a missão
De expiar, uma pena antiga.

Texto produzido, a partir da proposta de trabalho contida na
Ficha, Auto-retrato