Pierre Rossi

Auto-retrato
Análise de uma Situação Problemática
Os Falsos Amigos

Auto-retrato

Canadense de nascimento, cabelos e bigode castanhos, um pouco acinzentados (o preço que todos pagamos ao tempo), passando da sua cidade natal de Vancouver à região da sua família, o Vêneto em Itália, chegou a Montreal há quase quinze anos. Entretanto, foi desenvolvendo o seu gosto pelas línguas.

Estudou Ciências Políticas mas preferiu o trabalho de tradutor e o ensino do Italiano, língua patrimonial. Entre muitas coisas que tem realizado, foi construtor de ataúdes.

Ri-se da vida, coisa obrigatória para os construtores de ataúdes) e das vaidades e veleidades dos homens (as mulheres são geralmente mais sensatas). Adora os amigos, as longas conversas e os livros, pensado, por vezes que estes são os seus melhores amigos.

Tem un sentido do humor estranho: cinquenta por cento anglo-saxão e celta, trinta por cento judeu e apenas vinte latino. Adora o canto gregoriano e a música antiga, possuindo cassetes de música dos normandos e dos viquingues. Também gosta de literatura policial com conteúdo histórico (Roma Antiga, Idade Média ou mesmo a Segunda Guerra Mundial) e as Ciências Sociais.

Embora goste da neve, do frio, do silêncio da estação invernal, sonha viajar pelas imensas terras do Sul, mas neste momento tal desejo, é-lhe vedado. Por isso, vai estudando línguas: o bilhete de viagem é mais barato.

Escolheu o Português não só pelo génio dessa língua e dos povos lusófonos que a falam, mas também porque ela se assemelha à irmã mais próxima da sua língua: o Vêneto. De facto o Brasil hoje é o único país do mundo, onde graças a uma intensa emigração da região do Vêneto, não só se fala o Vêneto, que tem o nome de Talián, nas serras gaúchas do Rio Grande do Sul e ensina-se na Universidade de Caxias do Sul, o que faz com que se sentiria em casa nesse Grande Vêneto Luso-austral.

Texto produzido, a partir da proposta de trabalho contida na
Ficha, Auto-retrato