Andrew Levitt

Lusófilo Louro de Olhos Castanho-claros

 

Auto-Retrato
Lusófilo Louro de Olhos Castanho-claros

Andrew Levitt, não-moreno, nem alto, nem imponente, com o nariz largo e um sorriso constante; magro mas inteligente, optimista, amistoso, confuso, perdido; deslocalizado - americano mas canadianizado; canadensificado, é mal “ubicado”: lusófilo louro, anglófono-quebequense, americano-fresco.

Não dá sinal nenhum de falta de motivação, e se, por acaso, nele se notarem sinais de indolência, é que, provavelmente, está a pensar. Não bebe demasiado, nem mesmo para agastar o frio, nem mesmo quando há mais de uma semana o Sol não se mostra, cai nesse vício. Não dorme demasiado. Nem mesmo quando o frio é tanto que os pés não sente e o cão está quase morto na sua caminha.

Com os olhos alegres e castanho-claros e orelhas abertas e à deriva, a sua boca feliz e a língua enérgica, às vezes, a sua cabeça anda contente. A roupa está sempre em desalinho, desorganizada, e, não raramente, comprada com atenção meticulosa. Quando não leva o porta-moedas, a vida não lhe corre com tanta facilidade, sentindo-se ainda mais desorientado, pois as moedas saltam por todos lados.
Formado em Física mas interessado no Sol, está a pensar mudar-se para a Europa, mais propriamente para a Península Ibérica.


Texto produzido, a partir da proposta de trabalho contida na
Ficha, Auto-retrato